quinta-feira, 30 de junho de 2016

Regimento de Voluntários Reais

Uniformes da infantaria, c. 1763


O Regimento de Voluntários Reais foi criado em 8 de Agosto de 1762 com o efectivo de 800 praças, divididos em 8 companhias de Infantaria e  4 companhias de Cavalaria, sob o comando do coronel Charles Chauncy. Após a Guerra do Pacto de Família, , ficaram aquartelados em Faro, pelo menos desde 1767, onde foi extinto entre 1769 e 1772.

Foi a primeira experiência do uso de tropas ligeiras na primeira linha, ou tropa paga, do Exército Português. Os batalhões de caçadores iriam adotar em 1806 a cor castanha do tecido de saragoça que esta unidade usou. Também a Divisão de Voluntários Reais do Rei, em 1815, emulou tanto o nome quanto a cor dos uniformes. Várias outras unidades posteriores do tipo usaram o nome Voluntários Reais (S. Paulo e Rio Grande), assim como o modelo do uso combinado ligeiro da infantaria, cavalaria e artilharia.

Uniformes da cavalaria, c. 1763

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Divisas de los Regimientos de Infantería y Caballería del Reyno de Portugal, disponibilizado pela Biblioteca Nacional de Espanha [Sítio]

Regimento de Infantaria n.º 19 (Cascais)

Uniformes do regimento, circa 1763


É um dos terços originais criados em 1641, o Terço de Cascais e depois, em 1707, Regimento de Infantaria de Cascais. Em 1762 foi desdobrado, mas logo reagrupado no ano seguinte. Com a reforma do Exército em 1806, tomou o nome de Regimento de Infantaria n.º 19. Foi licenciado pelo general Solano no último dia de 1807 e destinado a integrar o 2.º regimento de infantaria da Legião Portuguesa, ao serviço francês. Após a restauração, em julho de 1808, foi mandado reunir em Lisboa e restabelecido a 14 de outubro. Durante a Guerra Peninsular, fez parte do exército em operações, na brigada portuguesa, com Infantaria n.º 7, de Setúbal, na 7.ª divisão luso-britânica. Foi extinto em 1834, após a Guerra Civil.

Fontes
- Manuel Amaral, "O Exército Português no Final do Antigo Regime" (Sitío).

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Divisas de los Regimientos de Infantería y Caballería del Reyno de Portugal, disponibilizado pela Biblioteca Nacional de Espanha [Sítio]

Medalha de D. Pedro e D. Maria - Campanhas da Liberdade/Serviços Civis

LEGISLAÇÃO E HISTÓRIA
Designada oficialmente por Medalha de D. Maria e D. Pedro, foi criada por Decreto da Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra, de 16 de Outubro de 1861, e publicada em Ordem de Exército n.º 24 desse mesmo ano, com vista a "dar um testemunho publico da [...] benevolência áquelles [sic] que com admirável perseverança, e apesar de dificuldades que pareciam invenciveis, sustentaram" (citação do decreto) a causa do Liberalismo português, durante a Guerra Civil lutada de 1826 e 1834, entre os Liberais e os Miguelistas.

DESENHO
A medalha, de cobre, tem 3 centímetros de diâmetro, cujo ANVERSO é constituído pelas éfigies sobrepostas de D. Maria II e D. Pedro IV, tendo na parte inferior as datas 1826-1834 em duas linhas. O REVERSO tem a frase, em torno, "Campanhas da Liberdade" ou "Serviços Civis", consoante os serviços à causa liberal fossem de natureza militar ou civil. No centro do reverso tinha um dos algarismo entre 1 e 9, correspondendo ao número de anos que o agraciado serviu.



A medalha pende de fita azul ferrete, com uma pequena linha vertical branca ao centro, para as Campanhas da Liberdade ou de azul ferrete com as orlas brancas, para a sua correspondente de Serviços Civis.




fita simples, Campanhas da Liberdade (militar)

fita simples, Serviços Civis

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Regimento de Infantaria n.º 9 (Monção/Viana/Lamego)


Uniforme do regimento, circa 1763.
Foi um dos terços que se tentou organizar em 1641, mas só em 1642 foi levantado enquanto Terço de Entre Douro e Minho. Como todos os terços, torna-se Regimento de Infantaria em 1707. A partir de 1757, com a criação de um segundo terço na província, passou a ser o Terço Velho. Em 1762 foi desdobrado, mas logo reagrupado no ano seguinte. Foi nesta altura, com o 1.º de Olivença (futuro n.º 3), um dos dois únicos regimento de infantaria que usava a cor laranja no uniforme. Foi conhecido a certa altura por Regimento de Infantaria de Monção, por estar aquartelado nessa praça, mas por volta de 1792 fixa-se em Viana de Castelo. Com a reforma do Exército em 1806, tomou o nome de Regimento de Infantaria n.º 9

Foi licenciado no final de 1807 pelo general Taranco e não terá sido requisitado para a futura Legião Portuguesa, ao serviço francês. Após a restauração do Reino, em junho de 1808, foi mandado reunir no Porto e formalmente restabelecido em outubro. Trás os Montes. Durante a Guerra Peninsular, fez parte do exército em operações, na brigada portuguesa, do Minho, da 3.ª divisão luso-britânica. 

Durante a Guerra Civil, tomou o lado liberal, sendo organizado em 1832, como 3.º batalhão do Regimento de Infantaria n.º 18, o antigo 2.º regimento do Porto, tendo voltado a usar o n.º 9 no ano seguinte. Após a guerra, o regimento ficou aquartelado em Bragança, de onde o seu 1.º batalhão partiu para integrar a Divisão Auxiliar a Espanha em 1835-37.

Passou a Lamego em agosto de 1939, onde está até hoje. O 1.º batalhão combateu na Flandres, na Grande Guerra, tendo combatido em La Lys, a 9 de abril de 1918.

A partir do regimento, foi criado em 1960 o Centro de Intrução de Operações Especiais, ainda em Lamego, unidade que carrega hoje toda a herança do Terço Velho de Entre Douro e Minho, Regimento de Infantaria de Monção, de Viana e n.º 9. O CIOE passou em 2006, a Centro de Tropas de Operações Especiais.



Fontes
- Manuel Amaral, "O Exército Português no Final do Antigo Regime" (Sitío).
- Sítio do Exército Português: Historial do CIOE
- David Magno, Resumo Histórico do Regimento de Infantaria n.º 9, mandado publicar pelo Comandante Manuel Telles Amaro, coronel, Lamego: Minerva da Loja Vermelha, 1930. [Pdf] , disponibilizado pela Biblioteca Nacional.

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Divisas de los Regimientos de Infantería y Caballería del Reyno de Portugal, disponibilizado pela Biblioteca Nacional de Espanha [Sítio]



sábado, 18 de junho de 2016

"Medalhas populares que levou pendentes o ataúde do Senhor Rei D. Pedro V": Febre Amarela e Real Sociedade Humanitária do Porto


«Que os povos ambicionem as condecorações instituidas pelos reis; que a fatuidade e a inepcia as anhelem como rotulo do merito que lhes falta para hombrearem com os magnates, coisa é tão antiga como as insignias heraldicas. Mas haver rei que exornasse o peito com distintivos que o povo creára para os actos de confraternidade, só n'este século e n'este reino o vimos".




Que os povos ambicionem as condecoraçães instituidas pelos reis; que a fatuidade e a inepcia as anhelem como rotulo do merito que lhes falta para hombrearem com os magnates, coisa é tão antiga como as insignias heraldieas. Mas haver rei que exornasse o peito com os distinctivos que o povo areara para os actos de confraternidade, só n'este seculo e n'este reino o vimos. 

De todos os capítulos para a chronica del-rei D. PEDRO V, já escriptos com tanto afecto, saudade e poesia, nos innumeraveis artigos de toda a imprensa periodica, nacional e estrangeira, este será o mais honroso para a sua memoria, e o de maior exemplo para os soberanos que quizerem grangear o amor dos povos, tão intimo e cordial como foi o de todos os portuguezes ao jovem monarcha, abençoado e chorado por toda a nação. 

Com a purpura esmaltada de veneras o ordens de todos os potentados do mundo, D. PEDRO V prezava mais que todas as gran-cruzes, as singelas medalhas que duas corporaçães populares, a «Camara Municipal de Lisboa» e a «Sociedade Humanitária do Porto». arearam para distinguir os que se houvessem arriscado pela salvação dos seus similhantes. E era aquella a que habitualmente trazia ao peito, dizendo com ufania : Esta ganhei-a eu

E ganhara. Quando o tremendo flagello da febre amarella invadiu por primeira vez a capital do seu reino, ameaçando despovoal-a pela morte ou pela fuga, elle, similhante ao general intrepido, que no mais acceso da peleja e da mortandade, acode a toda a parte, reanimando os feridos e incitando os descoroçoados, visitava os hospitaes, afagava e animava os enfermos, mais atterrados que doentes; com a sua presença, tão suave e tranquilla, afoitava os assistentes receiosos do imminente contagio ; apparecendo em todos os togares publicas, este exemplo, vindo de tão alto, retinha na cidade os que ainda lhe davam animação, e prestavam soccorro aos accornmettidos do mal. 

Parecia já antever, que em tão breve existencia, se não lhe depararia outra conjuncção de batalhar pelo seu povo, não como o haviam feito todos seus avós, mas em lucta digna d'este seculo, propria da sua philosophia e piedade... Só uma recompensa ambicionava d'esta abnegação da sua vida: era ser condecorado pelo povo, como todos os mais que o não tinham desamparado nos dias da angustia— disse-o na, resposta que deu ao discurso do senado municipal, quando lhe foi entregar a medalha que o rei havia ganhado ao lado dos seus subditos. E acrescentou ao mais que por essa occasião profe-riu, com benevolo mas sincero agradecimento, estas memoraveis palavras.

«Pareceu-me sempre que a mais invejavel das recompensas, ás quaes o sentimento liga um valor que a philosophia se esforça em vão por desmerecer, é aquela que os companheiros de trabalhos e de perigos nos votam sobre o proprio chão da peleja. É a condecoração modesta do soldado, a que o favor não tem direito, nem se lembra jamais de conferir.»

O valor que o jovem monarcha, de indelevel memoria, dava a este testemunho da gratidão nacional, bem se revela n'estas sentenciosas phrasos. E ainda mais se foi por disposição da sua ultima vontade, como suppomos, que as duas medalhas que lhe conferiram as cidades de Lisboa e Porto, foram pendentes do seu ataúde, no transito funeral do paço das Necessidades para o real jazigo de S. Vicente. 

Devendo tambem o Archivo Pittoresco prestar a sua parcella de tributo e homenagem á saudosa memoria do rei escriptor, que honrou a imprensa periodica com os seus artigos, a sciencia com o seu estudo, as escholas com a sua presença, o ensino com a instituição de aulas publicas por elle mantidas, as artes com o seu patrocinio, entendemos, que gravando e perpetuando n'estas paginas as medalhas que elle ganhou, supprimos, por este seu brasão popular, as vozes que nos faltam para tecer o panegyrico das virtudes e saber de tal principe.


* * *

Fonte
- "Medalhas populares que levou pendentes o ataúde do Senhor Rei D. Pedro V", Archivo Pittoresco, n-º 39, 1861.

Imagens da coleção digital da Hemeroteca de Lisboa e da Biblioteca Nacional.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Postal: Soldado de Infantaria, Regimento da Praça de Moura, destacado no Rio de Janeiro (1762);


Postal n.º 216-24 – Soldado de Infantaria do Regimento da Praça de Moura, destacado no Rio de Janeiro (1762), Colecção de aguarelas do Coronel Ribeiro Arthur (in Arquivo Histórico Militar). Edição do “Jornal do Exército”, 1984

Postal: Oficial de Infantaria do Terço de Homens Pretos da Vila da Rainha – Brasil (1786)


Postal n.º 223-25: Oficial de Inf do Terço de Homens Pretos da Vila da Rainha – Brasil (1786). Colecção de aguarelas do Coronel Ribeiro Arthur (in Arquivo Histórico Militar). Edição do “Jornal do Exército”, 19844

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Imagem: Campanha do Bié, Angola (1890)


[Angola, 1890]: Grupo de Oficiais que tomaram parte na campanha do Bié. Da esquerda para a direita: Quintino Rogado, Paulo Amado, Artur de Paiva, Evaristo Simpliciano de Almeida e Dr. Bernardino Roque. 

In: "Artur de Paiva", Divisão de Publicações e Biblioteca. Agência Geral das Colónias, 1938. Biblioteca Colonial Portuguesa. 1.º volume.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Foto: Incursões Monárquicas (1911-1912)


«Fotographia de alguns valentes portugueses pertencentes à coluna / restauradora do glorioso nome português. Viva D. Manuel II»
Legenda à foto: Grupo de conspiradores reproduzido de uma fotografia e enviado ao "Século" e "Ilustração". 

[Episódio relativo às Incursões Monárquicas de 1911 e 1912]

Fotos de Elisa de Miranda. Ilustração Portuguesa, n.º 338, 12 de agosto de 1912.